Ocaso - Helena Figueiredo


Os passos da tarde saltam as pedras.
o cinzento oblíquo das sombras...

Na cortina rendada,
a santidade de uma ténue luz,
pontos acabados de bordar,
vozes de criança e passarada,
retalhos de oiro,
num castelo de soufflé.

Alguns anjos verdes, na orla do muro.

Depois,
o cerrar dos olhos,
sorver o momento…

O quadro explodirá para sempre,
no riso do mar.

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