Assombros - Affonso Romano de Sant’Anna


Às vezes, pequenos grandes terremotos
ocorrem do lado esquerdo do meu peito.
Fora, não se dão conta os desatentos.

Entre a aorta e a omoplata rolam
alquebrados sentimentos.

Entre as vértebras e as costelas
há vários esmagamentos.

Os mais íntimos
já me viram remexendo escombros.
Em mim há algo imóvel e soterrado
em permanente assombro.

Um comentário:

  1. Sempre do lado esquerdo,
    Nossas dores e lamentos
    o cofre que guarda silencioso,
    o grito dos nossos tormentos.

    Oi Nádia,
    Estou conhecendo grandes autores com suas postagens, cada um mais surpreendente que o outro.Este poema é simplesmente perfeito.

    Você deve ter notado que tenho repetido algumas postagens, é que ando sem tempo. Peço desculpas. Logo trarei novas poesias.
    Bjs. Tenha um ótimo final de semana.

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