Entre mim e mim, há vastidões
bastantes
para a navegação dos meus
desejos afligidos.
Descem pela água minhas naves
revestidas de espelhos.
Cada lâmina arrisca um olhar,
e investiga o elemento que a atinge.
Mas, nesta aventura do sonho
exposto à correnteza,
só recolho o gosto infinito
das respostas que não se encontram.
Virei-me sobre a minha
própria experiência, e contemplei-a.
Minha virtude era esta
errância por mares contraditórios,
e este abandono para além da
felicidade e da beleza.
Ó meu Deus, isto é minha
alma:
qualquer coisa que flutua
sobre este corpo efêmero e precário,
como o vento largo do oceano
sobre a areia passiva e inúmera...
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