Quando numa rocha porosa
Cansado te encostares
E dela vires surgir a umidade
e depois a gota,
Pensa, amado meu, com
carinho,
Que aí esta a minha boca.
Se teus olhos ficarem nas
praias
E vires o mar ensalivando a
areia
Com alegria pensa amado meu
Num corpo feliz
Porque é só teu.
Se descansares sob uma arvore
frondosa
E além da sombra ela te
envolver de ar resinoso
Lembra-te com entorpecência
amado meu,
Da delicia do meu ventre
amoroso.
Quando olhares o céu
E vires a andorinha tonta na
amplidão
Pensa amado meu que assim sou
eu
Perdida na infindável
solidão.
A noite quando as trevas
chegarem
E vires do firmamento
Uma estrela cair e se afundar
É sinal amado meu
Que o teu amor vai me
abandonar.
Na morte, quando perderes o
último sentido
E a tua própria voz
Em forma de pensamento
Te subir ao ouvido
Deixa escorrer a derradeira
lágrima pelo teu rosto
Nascida do extremo alento do
coração
E pensa então amado meu
Que ainda é um suave carinho
da minha mão!
Hummm!!! Adorei.
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