Soava na tela aquele concerto
de celo de Dvorák:
eu via as imagens da
orquestra
e as mãos e o rosto possesso
Misha Misky abraçado ao
instrumento
engalfinhado numa amorosa
luta com o sublime.
Lá fora
a intriga nos palácios,
as buzinas e os insultos,
a traição, a esperada, o luto.
Aqui
a perfeição preenchendo a sala
num momento de paz absoluta.
Hopper
Hopper
e a solidão dos objetos na
vitrina
Hopper
e a solidão dos corpos na
varanda
na janela
na campina
Hopper
e a solidão silente.
Hopper.
Hope.
Hopeless.
Nenhum comentário:
Postar um comentário