Tinham o rosto aberto a quem
passava.
Tinham lendas e mitos
e frio no coração.
Tinham jardins onde a lua
passeava
de mãos dadas com a água
e um anjo de pedra por irmão.
Tinham como toda a gente
o milagre de cada dia
escorrendo pelos telhados;
e olhos de oiro
onde ardiam
os sonhos mais tresmalhados.
Tinham fome e sede como os
bichos,
e silêncio
à roda dos seus passos.
Mas a cada gesto que faziam
um pássaro nascia dos seus
dedos
e deslumbrado penetrava nos
espaços.
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