Os rios, de tudo o que existe
vivo,
vivem a vida mais definida e
clara;
para os rios, viver vale se
definir
e definir viver com a língua
da água.
O rio corre; e assim viver
para o rio
vale não só ser corrido pelo
tempo:
o rio o corre; e pois com sua
água,
viver vale suicidar-se, todo
o tempo.
Pois isso, que ele define com
clareza,
o rio aceita e professa,
friamente,
e se procuram lhe atar a
hemorragia,
ou a vida suicídio, o rio se
defende.
O que um rio do Sertão, rio
interino,
prova com sua água, curta nas
medidas:
ao se correr torrencial, de
uma vez,
sobre leitos de hotel, de um
só dia;
ao se correr torrencial, de
uma vez,
sem alongar seu morrer, pouco
a pouco,
sem alongá-lo, em suicídio
permanente
ou no que todos, os rios
duradouros:
esses rios do Sertão falam
tão claro
que induz ao suicídio a
pressa deles:
para fugir na morte da vida
em poças
que pega quem devagar por
tanta sede.
"Esses rios do Sertão falam tão claro
ResponderExcluirque induz ao suicídio a pressa deles:
para fugir na morte da vida em poças
que pega quem devagar por tanta sede."
Belo e profundo.
Boa Noite Nádia.