Sinto-me só como um seixo de
praia
Vivendo à busca no cristal
das ondas,
Não sei se sou o que não sou.
Pressinto
Que a maré vai morar no fundo
d’alma.
Calo-me sempre se te escuto
vindo
Marulho de incerteza e de
agonia;
Há crenças deslizando nos
meus traços,
Molhando a estátua do meu
sonho antigo.
Declino-me nas frases dos
rochedos
Nas pérolas de som do
inesquecer
Na incrível sombra da
montanha adulta.
E ao me curvar ao peso da
memória,
Descubro meu reflexo obscuro
Num soneto de espumas
inexatas.
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