Dia de cristal
cercado de vultos brancos:
pés descalços,
finas barbas,
longas vestimentas pregueadas.
Mulheres com olhos de deusas
transbordando um majestoso silêncio.
Luz em copos azuis.
Lábios em oração.
Mãos postas.
Dia de cristal
claro, dourado,
e óleo.
Foi muito longe,
num palácio de inúmeras varandas,
com árvores cheias de flores pela
colina.
O vento subia dos jardins para as
salas
com a fluidez de um visitante jovial.
E com que leveza dançava,
abraçado às cortinas, às sedas,
aos véus, à luz!...Sabíamos que os encontros jamais se
repetem,
nem a emoção do alto amor.
Éramos todos de cristal e vento,
de cristal ao vento.
E andavam nuvens de saudade por cima
dos jardins.
Tão grande, o mundo!
Tão curta, a vida!
Os países tão distantes!
E alma.
E adeuses.
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