Vou indo de porta em porta,
ao sol e à chuva, não
importa;
de repente descanso o meu
ouvido
direito em minha mão direita:
minha voz me soa imperfeita,
como se nunca a tivesse
ouvido.
E já nem sei quem clama em
meus ais,
eu ou outra pessoa.
Eu clamo por qualquer coisa à
toa.
Os poetas clamam por mais.
Com os olhos eu fecho o meu
rosto
e minha mão lhe serve de
encosto
de modo que ele pareça
descansar. Para que não se
esqueça
que eu também tenho um posto
para pousar a cabeça.
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