Através da noite urbana de
pedra e seca
o campo entra no meu quarto.
Estende braços verdes com
pulseiras de pássaros,
com fivelas de folhas.
Leva um rio à mão.
O céu do campo também entra,
com o seu cesto de jóias
acabadas de cortar.
E o mar senta-se ao meu lado,
estende a sua cauda
branquíssima no solo.
No silêncio brota uma árvore
de música.
Na árvore pendem todas as
palavras formosas
que brilham, amadurecem e
caem.
Na minha testa, uma caverna
onde mora um relâmpago...
Porém, tudo se povoou com
asas.
Diz-me: é deveras o campo que
vem de tão longe,
ou és tu, são os sonhos que
sonhas ao meu lado?
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