O vento faz seu caminho
onde o sol desemboca o mar,
onde a terra tarja o vinho,
onde a noite é seu lagar.
O vento faz seu caminho
onde os mortos vão deitar
e a noite move moinho,
move outra noite no mar.
O vento faz seu caminho
e pássaros vão pousar
na floração dos moinhos
que amadurecem o mar.
O vento faz seu caminho
onde há sede de plantar,
onde a semente é destino
que um sulco não pode dar.
O homem sempre é mais forte
se a outro homem se aliar;
o arado faz caminho
no seu tempo de cavar.
No mesmo mar que nos leva,
o vento nos quer buscar;
o que é da terra é do homem,
onde o arado vai brotar.
Por mais que a morte desfaça,
há um homem sempre a lutar;
o vento faz seu caminho
por dentro, no seu pomar.
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