II
Que canto há de cantar o que perdura?
A sombra, o sonho, o labirinto, o caos
A vertigem de ser, a asa, o grito.
Que mitos, meu amor, entre os lençóis:
O que tu pensas gozo é tão finito
E o que pensas amor é muito mais.
Como cobrir-te de
pássaros e plumas
E ao mesmo tempo te
dizer adeus
Porque imperfeito és
carne e perecível
E o que eu desejo é
luz e imaterial.
Que canto há de cantar
o indefinível?
O toque sem tocar, o
olhar sem ver
A alma, amor,
entrelaçada dos indescritíveis.
Como te amar, sem
nunca merecer?
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