Rumos errados - Cora Coralina

A caminhada ...
 Amassando a terra.
 Carreando pedras.
 Construindo com as mãos
 sangrando
 a minha vida.

 Deserta a longa estrada.
 Mortas as mãos viris
 que se estendiam às minhas.
 Dentro da mata bruta
 leiteando imensos vegetais,
 cavalgando o negro corcel da febre,
 desmontado para sempre.

 Passa a falange dos mortos ...
 Silêncio! Os namorados dormem.
 Os poetas cobriram as liras.
 Flutuam véus roxos
 no espaço.


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