Página branca onde escrevo.
Único espaço de verdade que me resta.
Onde transcrevo o arroubo, a esperança
e onde tarde ou cedo
deposito meu espanto e medo.
Para tanta mentira só mesmo um poema
explosivo-conotativo
onde o advérbio e o adjetivo
não mentem ao substantivo
e a rima rebenta a frase
numa explosão da verdade.
E a mentira repulsiva
se não explode pra fora
pra dentro explode implosiva.
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