Longa serpente,
de olhos acesos,
coleava dentro da noite,
bufando fumaça,
cuspindo fagulhas.
Muita carga, pouca força!
Muita carga, pouca força!
Resfolegava a locomotiva.
Vagões oscilavam de leve,
no embalo das rodas nos trilhos.
Parava o trem
nas estaçõezinhas sonolentas.
Besouros e mariposas
dançavam na luz dos lampiões.
A locomotiva saciava a sede
na mangueira.
Chiava o vapor nos freios.
Um silvo longo
soluçava no silêncio da noite.
Lento,
o trem de carga punha-se em movimento.
As rodas tocavam batucadas nos trilhos,
pois a alegria das rodas é viajar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário