poema para Manoel de Barros - Vera Lúcia de Oliveira

rasgo as veias do papel
e retiro
teu musgo
teu visgo de lesma
teu olho de olho
teu corpo
enroscado em ventre
de caracol
rasgo
rastejo relva
arranho sustos
resvalo em vírgulas
chupando lodo
e lágrima
de bicho
à espera
que a dor galope as águas
sem atropelar

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