Suavemente Maio se
insinua
Por entre os véus de Abril, o
mês cruel
E lava o ar de anil, alegra a
rua
Alumbra os astros e aproxima
o céu.
Até a lua, a casta e branca
lua
Esquecido o pudor, baixa o
dossel
E em seu leito de plumas fica
nua
A destilar seu luminoso
mel.
Raia a aurora tão tímida e
tão fragil
Que através do seu corpo
tranparente
Dir-se-ia poder-se ver o
rosto
Carregado de inveja e de
presságio
Dos irmãos Junho e Julho,
friamente
Preparando as catástrofes de
Agosto...
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