Ribeira da minha vida
por onde agora andarão
meus barcos de ausência e bruma,
com sua tripulação!
Pergunto se estão de volta,
pergunto se ainda se vão.
Ribeira dos meus cuidados,
minha voz é solidão.
Ribeira da minha vida,
por que sinto o coração
morrer-me nestas areias
de antiga recordação?
Hei de ser o mar e o vento,
e a noite, e a constelação,
- ribeira dos meus cuidados! -
e a própria navegação.
Ribeira da minha vida,
hei de mudar de aflição:
não mais despedida ou espera,
mas naufrágio ou salvação.
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