Já não falo de amor aos céus
de pedra
nem firo as águas com os
remos sujos.
Aprendi a viver.
O pulso de meus dias canta em
mim
e a poesia é o espelho do
espírito.
Contemplei-me, afinal.
Das altas persianas vejo o
sol
ao compasso dos bosques
inativos.
Paisagens são relâmpagos.
Agora, até os anjos
compreendem
minha necessidade de estar
só.
Sou incomunicável.
Porém esta conquista não é
dádiva.
Lutei, buscando a ilha onde
pudesse
enterrar meu tesouro.
Assim estou, mais pobre do
que nunca.
Tudo o que fulgurava está
oculto
e jamais volverá.
Vertigem de não ser meu
próprio hóspede
nem ter memória em seu
firmamento,
aqui estou, sozinho.
Nem pecados, nem gestos, nem
trombetas
exploram minha lenda. Estou à
espera
deste reino que é a morte.
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