Soneto LXIII - William Shakespeare


Quanto mais fecho os olhos melhor vejo;
o dia todo vi coisas vulgares
mas quando durmo em sonho te revejo
pondo no escuro luzes estelares,

tu, cuja sombra faz brilhar as sombras,
como podes formar das sombras luzes
no claro dia que de luz assombras
pois tanto brilho no negror produzes?

Como podem meus olhos abençoados
assim te ver brilhar em pleno dia
quando na noite escura deslumbrados

dentro de fundo sono eu já te via?
Meu dia é noite quando estás ausente
e à noite eu vejo o sol se estás presente.



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