tudo o que sempre foi meu,
como pode?
Como pode que esse som lá
fora,
os sons da vida, a voz de
todo dia,
pareça ficção científica?
Como pode que esta palavra,
que já vi mil vezes e mil
vezes disse,
não signifique mais nada,
a não ser que o dia, a noite,
a madrugada,
a não ser que tudo não é nada
disso?
Pode que eu já não seja mais
o mesmo.
Pode a luz, pode ser, pode
céu e pode quanto.
Pode tudo o que puder poder.
Só não pode ser tanto.
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