Na rua escura o velho poeta
(lume de minha mocidade)
já não criava, simples
criatura
exposta aos ventos da cidade
Ao vê-lo curvo e desgarrado
na caótica noite urbana,
o que senti, não alegria,
era, talvez, carência humana.
E pergunto ao poeta,
pergunto-lhe
(numa esperança que não digo)
para onde vai - a que angra
serena,
a que Pasárgada, a que
abrigo?
A palavra oscila no espaço
um momento. Eis que,
sibilino,
entre as aparências sem rumo,
responde o poeta: Ao meu
destino.
E foi-se para onde a
intuição,
o amor, o risco desejado
o chamavam sem que ninguém
pressentisse, em torno, o
Chamado.
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