O outono é pomo... É puro
pomo o outono.
Pomo de sonho e de
recolhimento,
pendendo, longe do amargor
violento,
num perdido pomar de sombra e
sono.
Há o vento, é certo, o
lamentoso vento,
uivando, uivando como cão sem
dono.
E a tristeza passando a passo
lento
na alameda... E as
lembranças. E o abandono.
Mas há também, no outono,
essa doçura,
essa total renúncia de
oferenda,
esse eterno alheiamento à dor
e ao mal,
que faz do pomo uma presença
pura
da bondade de Deus na ânsia
tremenda,
no degredo da angústia
universal.
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