Não precisas bater quando
chegares.
Toma a chave de ferro que
encontrares
sobre o pilar, ao lado da
cancela,
e abre com ela
a porta baixa, antiga e
silenciosa.
Entra. Aí tens a poltrona, o
livro, a rosa,
o cântaro de barro e o pão de
trigo.
O cão amigo
pousará nos teus joelhos a
cabeça.
Deixa que a noite, vagarosa,
desça.
Cheiram à relva e sol, na
arca e nos quartos,
os linhos fartos,
e cheira a lar o azeite da candeia.
Dorme. Sonha. Desperta. Da
colmeia
nasce a manhã de mel contra a
janela.
Fecha a cancela
e vai. Há sol nos frutos dos
pomares.
Não olhes para trás quando
tomares
o caminho sonâmbulo que
desce.
Caminha - e esquece.
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