Vejo-te ainda, Mãe, de olhar
parado,
Da pedra e da tristeza, no
teu canto,
Comigo ao colo, morto e nu,
gelado,
Embrulhado nas dobras do teu
manto.
Sobre o golpe sem fundo do
meu lado
Ia caindo o rio do teu
pranto;
E o meu corpo pasmava,
amortalhado,
De um rio amargo que adoçava
tanto.
Depois, a noite de uma outra
vida
Veio descendo lenta,
apetecida
Pela terra-polar de que me
fiz;
Mas o teu pranto, pela noite
além,
Seiva do mundo, ia caindo,
Mãe,
Na sepultura fria da raiz.
Nenhum comentário:
Postar um comentário